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"Se amas alguém, liberta-o. Se ele voltar, é teu. Se não, nunca foi." Todos nós já ouvimos este ditado popular sobre a importância de deixar as pessoas irem embora. Mas o que significa realmente? Alguns acreditam que está tudo nas mãos do destino. Não importa o quão loucamente estamos apaixonados por alguém, a menos que o destino esteja do nosso lado.
No entanto, a minha interpretação deste velho ditado é que não podemos obrigar alguém a amar-nos, a ficar connosco e a envelhecer connosco. Temos de lhe dar a liberdade de nos escolher a nós em vez de qualquer outra pessoa.
Deixar ir também não significa deixar de amar a pessoa. É possível amar alguém e mesmo assim deixá-la ir. Não se está a desistir dela ou a enterrar o amor que se tem por ela. Está-se apenas a dar prioridade a si próprio.
Porque é que continuamos a agarrar-nos àqueles que amamos
Porque é tão difícil deixar as pessoas irem embora, especialmente aquelas que amamos? Porque é fácil agarrarmo-nos a elas. Agarrarmo-nos a elas pode parecer reconfortante porque a alternativa - a ideia de deixar ir alguém que amamos - cria uma incerteza que podemos não estar preparados para enfrentar. Temos medo do vazio que isso vai criar. A dor de nos agarrarmos a elas torna-se tão familiar que nos esquecemos de que é o nosso inimigo e que éprejudicando-nos.
Esperamos que, ao agarrarmo-nos a alguém que amamos, consigamos preservar o amor e a felicidade nas nossas vidas para sempre. Isso não podia estar mais longe da verdade. Quanto mais nos agarrarmos a alguém e o obrigarmos a permanecer na nossa vida, mais sufocado e preso ele se sentirá. Isso não é amor. O amor é liberdade positiva. É quando você e a pessoa que ama se sentem livres na relação.
Muitas pessoas pensam que, se amamos alguém, movemos o céu e a terra por essa pessoa. Mas será que vale a pena tentar fazer tudo o que for preciso para que outra pessoa nos ame, à custa de nos perdermos a nós próprios? Sim, cada um faz a sua parte para que uma relação funcione. Fazemos o mesmo esforço, comprometemo-nos de igual modo, respeitamos de igual modo e estabelecemos limites.
Mas o que é que acontece quando esse equilíbrio não se verifica? Desfazem-se. Estão em ritmos diferentes enquanto tentam desesperadamente estar na mesma página. Dormem e acordam na mesma cama que não testemunha o amor há muitas semanas ou mesmo meses.
Algumas outras razões pelas quais continuamos a aguentar:
- Está obcecado com a ideia de ser amado por eles. Há uma linha ténue entre ser amado e amar a ideia de ser amado. Quando confundimos estas duas coisas, temos tendência para nos agarrarmos a uma pessoa muito mais tempo do que o necessário
- Tem medo da dor que o desapego vai causar. Nesta altura, já está a passar por uma grande dor. Para agravar a situação, todo o processo de desapego parece insuportável e não sabe se há formas de voltar a encontrar a felicidade sem a presença dessa pessoa
- Ainda tem esperança que as coisas se resolvam entre si e o seu parceiro ou interesse romântico. Talvez, no fundo, também saiba que essa esperança é inútil. Se eles quisessem ficar, teriam ficado
- O futuro pode ser assustador, mas é preciso confiar no universo. Quando uma porta se fecha, abre-se outra
Não há dúvida de que o amor é acompanhado de emoções positivas e negativas. Vem acompanhado de bons e maus momentos. Será que ainda é amor quando não nos sentimos felizes? Será que ainda é amor quando escondemos as nossas verdadeiras emoções? Definitivamente não é amor quando escondemos as nossas tristezas e fingimos que está tudo bem. Quando não há contentamento e felicidade, é altura de deixarmos ir.
Porque qual é o sentido de estar numa relação que está constantemente a causar-lhe sofrimento? Sim, cada pessoa é responsável pela sua felicidade. Não pode esperar que alguém o faça feliz. Mas isso não significa que outra pessoa tenha autoridade para causar infelicidade na sua vida.
É possível crescer mais do que as pessoas?
É natural que as pessoas cresçam mais do que nós. Chegará uma altura em que ultrapassaremos os nossos amigos e amantes. Um estudo da Universidade de Oxford confirma que é a partir dos 25 anos que tanto os homens como as mulheres começam a ultrapassar os amigos. Isto deve-se principalmente ao facto de, à medida que crescemos, termos objectivos diferentes na vida. Temos prioridades diferentes.
Veja também: Melhores aplicativos e sites de namoro maduro para solteiros com mais de 40, 50 anosA vida nunca é constante, há sempre uma mudança à nossa espera a cada passo. Crescemos, mudamos, e o mesmo acontece com a nossa dinâmica com os nossos amigos. As amizades duram para sempre, mas não nos encontramos com frequência. Não há ressentimentos ou sentimentos hostis em relação a eles, apenas os ultrapassamos e já não vemos a necessidade de pertencer a eles como na adolescência. O mesmo pode acontecer comdois parceiros numa relação romântica.
Como decidir quando deixar alguém ir?
Uma pessoa pode dizer-lhe 50 vezes por dia que o ama. Mas a questão é: as suas acções fazem-no sentir-se amado? O meu ex-amante costumava dizer: "Ninguém pode amá-la tanto como eu." Essas palavras faziam-me desmaiar de cada vez. Resumindo, ele estava a trair-me. Nunca se trata de sussurros doces e grandes gestos.
Veja também: 21 sinais de química entre duas pessoas - Existe uma ligação?É uma questão de esforço. Quando eu fazia tudo para o manter feliz, ele estava a comprar flores para outra pessoa. No final, as suas palavras não serviram para nada, porque é necessário um esforço constante de ambos os parceiros para manter uma relação saudável e harmoniosa. Não podes ser a única a fazer tudo enquanto a outra pessoa te leva a um encontro, diz algumas coisas românticas e doces, deixa-te em casa ee depois volta para casa para dormir com outra pessoa.
Eu amava-o porque amá-lo me fazia feliz e a ideia de ele me amar de volta fazia-me sentir extasiada. Não era nada menos do que euforia. Quando não recebi o mesmo amor, esforço e honestidade em troca, optei por deixá-lo ir. Mas a dor que ele causou permaneceu durante muito tempo. Em palavras simples, perdi a esperança.
Depois de muita aversão a mim própria, ansiedade não resolvida após a separação e inseguranças acumuladas, percebi que estava a desperdiçar os meus dias a desejar que algo não fosse verdade. Não podia voltar atrás no tempo e fazê-lo desfazer aquelas coisas. Porquê desperdiçar os meus anos a lamentar-me por alguém que nem sequer fez o mínimo na relação? Foi então que percebi que era altura de seguir em frente de cabeça erguida.
Aqui estão alguns sinais de que é altura de os deixar ir:
- Quando se esquece o que é ser feliz
- Quando as tuas inseguranças são tão grandes que acabas por te odiar cada vez mais todos os dias
- Quando está constantemente a inventar desculpas para o seu parceiro ou a iludir-se acreditando que as coisas vão melhorar
- Tudo é física e emocionalmente desgastante
- Sente que está a ser sobrecarregado e sufocado
- Quando o agarrar-se está a atrasar a sua vida
Quando deixamos uma pessoa, não podemos esperar esquecê-la completamente. Os pensamentos, as recordações e as cicatrizes perduram durante muitos anos depois de a deixarmos. É nessa altura que temos de nos lembrar se vale a pena pensar nela e agarrá-la, porque agarrar-se faz muito mais estragos do que deixar ir.
Finalmente, o acto de deixar ir
Hoje em dia, a expressão "esquecer" é demasiado simplista. Se alguém o magoou, esqueça. Se não entrou na faculdade dos seus sonhos, esqueça. Se teve um desentendimento com um amigo, esqueça. Se está a lidar com a perda de um ente querido, esqueça. Neste processo, parece que nos esquecemos de compreender a dor e a luta que uma pessoa enfrenta para ultrapassar algo. Deixar ir não é uma cura instantânea para tudo o que aflige o seu coraçãoLeva tempo, é um processo muito lento, mas acabará por lá chegar.
Oh, que sensação quando aprendemos a deixar ir. É difícil, sim. Vai doer deixar ir, mas é necessário para o nosso crescimento. Quando aprendemos a deixar ir emocionalmente, sentimo-nos mais leves. As rupturas ou qualquer perda de amor podem trazer muita tristeza e damos por nós a passar pelas fases do luto.
Quando tudo parece impossível, é bom lembrar que, entre todas as fases angustiantes do luto, a última fase é a aceitação e a libertação. E isso vale todas as noites sem dormir e as almofadas manchadas de lágrimas. É preciso compreender porque é que isso aconteceu. Depois de aceitar a situação, é preciso descobrir o que se quer tirar desta experiência que o ajudará a seguir em frente e a tornar-se um melhorpessoa.
Indicadores-chave
- Deixar ir não significa que se deixe de os amar
- O esforço, o compromisso e a honestidade numa relação determinam se fica e luta pelo seu futuro ou se deixa ir e se concentra em seguir em frente
- É natural lamentar a perda de um amor, mas é preciso seguir em frente
A aceitação é a chave para uma mente sã. Apaixonou-se. Não resultou. Separaram-se. A ideia de deixar para trás o que pensava que a sua vida seria vai ser de partir o coração, mas não é impossível. Essa relação contribuiu positivamente para quem se tornou hoje. Aprecie-a. Mas não desespere com a sua perda nem tente agarrar-se aos seus restos. Quanto mais tempo se agarrar a essacorda, mais ela rasgará a sua pele.